Denilson Cardoso de Araújo
Criança precisa de mãe. Certa vez escrevi que Deus podia, para esse encargo de completar a divina criação, ter enviado arcanjos. Preferiu mandar mães, que têm o mistério do útero - eis que útero existe, mesmo na mãe que adota, e até na mulher que o extraiu. Condição feminina, de química própria, especial, que permite o enlace primordial da maternidade: -nascido o filho, o coração materno vai residir fora do peito.
Criança precisa de pai. Sem o privilégio uterino, pais são mães mais doídas, pus numa crônica. Homem deu semente, somente. Precisa “adotar” o ser que vem no corpo da mãe, Freud ensinou. Dizer “meu filho” constitui novo ser. Mais intensa missão. Fio de cabelo, a distância entre pai e filho. A ser vencida, em afetos, em exemplo, palavra e abraços. Abraço que encosta coração em coração.
Criança precisa de pai e mãe. As exceções, que as há, não permitem desmentido da regra. Sábio é Deus. Colo de mãe e abraço de pai se completam no artesanato da personalidade, no laborar ninho adequado para o ser novo que vai herdar-lhes olhar, nariz, virtude e mazelas. Mãe é seio, colo, beijo, abrigo, afago, colher de xarope na madrugada. Pai é abraço, aventura, hierarquia, voo do filho atirado para o alto, que aterrissa nos braços que dão confiança.
Minha tendência, frente a um auditório de pais e mães, é parabenizar. Pessoas especiais, a quem Deus concedeu esculpir matéria viva, olaria de barro indócil que respira, confronta e assim se forma. O filho surge, os pais agem, o filho reage, e neste jogo, quem ensina, na verdade, porque aprende, interage.
Mas, às vezes, hesito frente à plateia. Sorrateiro, um sentimento de susto, a notícia de tantos fracassos, a realidade de destroçadas famílias... Penso em dar pêsames (...)
Minha tendência, frente a um auditório de pais e mães, é parabenizar. Pessoas especiais, a quem Deus concedeu esculpir matéria viva, olaria de barro indócil que respira, confronta e assim se forma. O filho surge, os pais agem, o filho reage, e neste jogo, quem ensina, na verdade, porque aprende, interage.
Mas, às vezes, hesito frente à plateia. Sorrateiro, um sentimento de susto, a notícia de tantos fracassos, a realidade de destroçadas famílias... Penso em dar pêsames (...)
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